BEIRUTE (Reuters) - O governo sírio quer recapturar território insurgente no sudoeste do país através de um acordo no qual os insurgentes devem aceitar o comando estatal ou deixar a região, afirmou o ministro das Relações Exteriores neste sábado.
Walid al-Moualem também disse que os Estados Unidos devem se retirar da base de Tanf, no sudeste. Damasco não promoveu negociações sobre o sul, e qualquer acordo sobre aquela região deve incluir a retirada das forças norte-americanas, afirmou.
O sudoeste, próximo das fronteiras com Jordânia e Israel, continua sendo uma das grandes áreas da Síria ainda fora do controle do Estado, que recuperou grandes regiões do país com o auxílio de jatos russos e milícias apoiadas pelo Irã.
Facções rebeldes controlam pedaços das províncias de Quneitra e Deraa no sudoeste, fazendo fronteira com as Colinas de Golã, ocupadas por Israel, enquanto tropas do Exército sírio e forças aliadas controlam territórios próximos.
Desde o ano passado, um acordo de "desintensificação" do conflito, mediado por Rússia, Estados Unidos e Jordânia, conteve os combates no país. Washington já expressou preocupações sobre relatos de uma ofensiva iminente do Exército, alertando sobre "medidas apropriadas e firmes" em resposta a qualquer violação do acordo de cessar-fogo.
Forças dos Estados Unidos estão baseadas em um reduto no deserto ao leste de Tanf, um estratégico ponto de fronteira com o Iraque em uma rodovia.
Moualem disse que as forças armadas sírias deixaram folhetos exigindo que os insurgentes no sudoeste entreguem suas armas e se acertem com o governo, ou que deixem a região.
"Buscamos, inicialmente, resolver essa questão da maneira em que nos acostumamos a trabalhar, com reconciliações. Se não funcionar, aí é uma conversa diferente", disse ele em entrevista coletiva em Damasco.