Por Vassilis Triandafyllou e Alkis Konstantinidis
MANDRA, Grécia (Reuters) - Os gregos expressaram desespero e incredulidade nesta quinta-feira, depois que uma inundação relâmpago deixou ao menos 15 mortos e centenas desabrigados, com muitos culpando um sistema que permitiu que casas fossem construídas sobre leitos de rios aterrados.
Nas cidades de Nea Peramos e Mandra, que ficam a oeste da capital Atenas, carros amassados e móveis destruídos tomaram as ruas cobertas da espessa lama deixada para trás por um violento temporal que abalou casas na manhã de quarta-feira.
"Estamos arruinados. Minha taberna e minha casa estão perdidas", disse Paraskevas Stamou, dono de um restaurante em Mandra. "Tudo está perdido, a estrada está perdida, a água ainda está correndo e nós fomos inundados de novo na noite passada e nesta manhã."
"Estamos esperando outro aguaceiro hoje à noite. É como se Deus nos odiasse", disse à Reuters.
Para fugir das inundações letais, moradores tomaram medidas desesperadas.
"Nós não tínhamos lugar nenhum para dormir. Nós dormimos no telhado, encontramos tapetes para nos cobrir", disse um homem em Mandra, cuja casa foi inundada, mas se manteve de pé.
Jornais expressaram indignação. "Um Crime", era a manchete do Ta Nea, acompanhada de uma foto de uma mulher sendo consolada ao lado de um carro destruído. "As Obras do Homem", escreveu a publicação de esquerda Avgi, em referência a construções sem licenças.
Alguns especialistas culparam construções irregulares obstruindo o caminho natural de escoamento da água e a erosão do solo em uma área montanhosa atingida por incêndios pelo ocorrido.