BERLIM (Reuters) - A ativista sueca Greta Thunberg pediu a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para "ser corajosa o suficiente para pensar no longo prazo" em um reunião realizada nesta quinta-feira na qual as duas debateram a crise climática e medidas para combater o aquecimento global.
Durante uma conversa de 90 minutos na chancelaria, Merkel explicou suas prioridades de política climática durante a presidência alemã da União Europeia, o objetivo de alcançar a neutralidade climática do bloco até 2050 e as metas provisórias de reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2030, disse um porta-voz do governo.
Falando aos repórteres após o encontro, Thunberg disse que Merkel foi simpática e muito amistosa, mas que a chanceler tem uma grande responsabilidade e uma oportunidade enorme de se tornar uma líder mundial no enfrentamento da mudança climática.
"Tudo se resume a todos nós começarmos a tratar a crise climática como tratamos qualquer outra crise", disse Thunberg, acrescentando que ela e outros ativistas pediram a Merkel para enfrentar a mudança climática com mais urgência.
"O que queremos são líderes. Queremos que as pessoas se posicionem, que ousem sair de suas zonas de conforto, que priorizem o futuro diante de nós agora e que sejam corajosas o suficiente para pensar no longo prazo."
Thunberg foi acompanhada por colegas do grupo de ativismo Fridays for Future, entre eles Luisa Neubauer.
"Ela ao menos confirmou que está disposta a fazer coisas durante a presidência", disse Neubauer. "Mas, no final das contas, trata-se de orçamentos em comum, tratam-se de metas muito claras, tratam-se de números e cifras e de precisarmos de ação, mais do que de palavras bonitas e imponentes."
O porta-voz do governo disse que Merkel e os ativistas concordaram que o aquecimento global representa um desafio para o mundo e que os países industrializados têm uma responsabilidade especial em seu combate.
"A base disto é a implantação constante do Acordo Climático de Paris", disse o porta-voz.
No início desta semana, o governo alemão admitiu que não teria cumprido sua meta climática de 2020 se o dano econômico causada pela pandemia de coronavírus não tivesse provocado uma queda acentuada das emissões de gases de efeito estufa.
(Por Michael Nienaber)