MANILA (Reuters) - Um grupo que se opõe à candidatura do filho homônimo do falecido ditador filipino Ferdinand Marcos para a eleição presidencial do ano que vem pedirá nesta quarta-feira a uma comissão eleitoral que o impeça de concorrer por ter sido condenado por sonegação de impostos.
Batizado de Campanha Contra o Retorno dos Marcos e da Lei Marcial, o grupo apresentará uma petição pela desqualificação de Ferdinand Marcos Jr. depois que ele emergiu como favorito para a votação de maio.
O ex-congressista Satur Ocampo, um dos convocadores do grupo, disse que a petição, como uma apresentada por outro grupo, se baseia na condenação de duas décadas de Marcos por sonegação fiscal.
"Autoridades públicas que violam o código tributário interno estão perpetuamente desqualificadas para ocupar qualquer cargo público e participar de eleições", disse Ocampo, que combateu a ditadura Marcos, à Reuters citando um artigo do código.
O falecido ditador comandou as Filipinas durante quase duas décadas, até ser deposto em 1986 pela revolução do "poder do povo", e morreu no exílio em 1989.
Sua esposa e seus filhos negam reiteradamente as alegações de que bilhões de dólares de riquezas estatais foram pilhadas enquanto Marcos esteve no poder. Em 1987 elas foram estimadas em 10 bilhões de dólares.
Em 1995, um tribunal condenou Marcos Jr. por sonegação fiscal por não declarar seu imposto de renda entre 1982 e 1985. A condenação foi mantida por uma corte de apelações dois anos mais tarde.
Mas Marcos Jr já foi eleito governador e congressista, e em 2010 se tornou senador.
(Por Karen Lema)