BRASÍLIA (Reuters) - Membros do Grupo de Lima, do Grupo Internacional de Contato, da União Europeia, e os Estados Unidos, entre outros países pediram apoio nesta sexta-feira de cidadãos e instituições da Venezuela a um governo de transição responsável pela organização de eleições presidenciais no país.
Divulgada na página do Itamaraty nesta sexta-feira, a Declaração Conjunta de Apoio à Mudança Democrática na Venezuela cita a situação humanitária, social e política do país, e lembra que atual pandemia de Covid-19 tem sobrecarregado o sistema de saúde.
"As eleições para a Assembleia Nacional, por si sós, não representam uma solução política e, ao contrário, podem polarizar ainda mais uma sociedade já dividida", diz a declaração.
"Para uma resolução pacífica e viável da crise, é necessário um governo de transição para organizar eleições presidenciais, de modo que nenhum candidato tenha uma vantagem indevida sobre os demais."
A declaração pede aos cidadãos o engajamento em um "processo desenhado e conduzido pelos venezuelanos" por "um governo de transição inclusivo".
Também exorta as instituições do Estado Venezuelano a participarem do processo, e ressalta que ele precisa incluir a plena capacidade da Assembleia Nacional de exercer suas funções e a independência da Corte Suprema e do Conselho Nacional Eleitoral.
Criado com o apoio da União Europeia, o Grupo Internacional de Contato tem a intenção de buscar uma solução para o impasse na Venezuela e é constituído por cerca de uma dúzia de países da Europa e América Latina e organizações governamentais internacionais.
Já o Grupo de Lima é formado pelo Brasil e vários países das Américas.
Rica em petróleo, a Venezuela, que enfrenta forte crise sócio-econômica nos últimos anos e é alvo de sanções econômicas, passa por um impasse político que tem de um lado, Juan Guaidó, líder da oposição que se autodeclarou presidente interino com apoio dos EUA e de outros países, inclusive o Brasil, e de outro o presidente Nicolás Maduro.
Milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos devido ao colapso econômico e a uma crise humanitária.
Na declaração desta sexta, os membros reiteram "a disposição de todos os países que mantêm sanções econômicas de discutir o abrandamento destas no contexto de progressos na área política".
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)