BOGOTÁ (Reuters) - O grupo guerrilheiro colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN) disse nesta segunda-feira que as negociações de paz com o governo estão em crise devido a comentários feitos pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
A declaração do ELN representa o mais recente impasse em meio às negociações que Petro reiniciou com o grupo rebelde em novembro passado, como parte dos esforços para acabar com seu papel nas quase seis décadas de conflito na Colômbia, que deixou 450 mil mortos.
"As discussões por paz não podem estar sujeitas às flutuações nas declarações públicas do presidente", afirmou o ELN em um comunicado.
"As negociações entraram em crise e é preciso clareza por parte do governo, para que o caminho para a paz seja aberto e para que possamos falar em linguagem simples ao país e ao mundo", acrescenta o comunicado.
O governo não respondeu imediatamente à declaração do ELN.
O ELN se pronunciou poucos dias depois de Petro questionar a unidade da liderança do grupo e ordenar que os militares colombianos atacassem atividades econômicas ilícitas, como o narcotráfico, que financia grupos armados ilegais.
O ELN, fundado em 1964 por padres católicos radicais, tem cerca de 5.850 membros, incluindo 2.950 combatentes, e é acusado de se financiar com tráfico de drogas, mineração ilegal e sequestros.
As negociações com o ELN em governos anteriores falharam devido à cadeia de comando difusa do grupo e à dissidência dentro de suas fileiras.
(Por Luis Jaime Acosta)