WASHINGTON (Reuters) - Alguns grupos de direitos civis que apoiaram os democratas na Geórgia e ajudaram o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a conquistar a vitória no Estado na eleição de 2020 planejam boicotar seu discurso em Atlanta na terça-feira porque estão desapontados com a falta de ação sobre o direito de voto.
Biden e a vice-presidente Kamala Harris falarão em Atlanta sobre a necessidade de garantir os direitos de voto nos Estados Unidos e mudar a regra de obstrução do Senado diante das novas leis apoiadas pelos republicanos que, segundo os democratas, suprimirão os votos das minorias.
"É muito decepcionante que tenhamos usado nossa voz e nosso voto para eleger os democratas para lidar com essa questão e simplesmente ela não recebeu a prioridade que deveria", disse April England Albright, diretora jurídica do grupo ativista Black Voters Matter (Eleitores Negros Importam), em uma entrevista.
O grupo, que no verão passado organizou uma excursão de ônibus pelos Estados do sul para marcar o 60º aniversário da histórica campanha "Freedom Riders", boicotará o discurso juntamente com o New Georgia Project Action Fund, o Asian American Advocacy Fund e o GALEO Impact Action Fund, que representa os latinos.
Biden será acompanhado em Atlanta pelo presidente da NAACP, Derrick Johnson, e líderes de outros grupos de direitos civis. Em um comunicado, os grupos que não comparecerão chamaram a visita de Biden de um gesto vazio "inaceitável", a menos que inclua "um anúncio de um plano de direitos de voto finalizado que passará pelas duas Casas, não será interrompido pela obstrução e será sancionado."
Os democratas do Senado tentaram levar o projeto de lei do direito ao voto a uma votação no plenário quatro vezes no ano passado, e foram repetidamente bloqueados pelos republicanos, que fizeram uso da regra de obstrução que exige que 60 dos 100 senadores concordem em avançar a maior parte dos projetos de lei.
(Reportagem de Merdie Nzanga)