Por Megan Rowling
MADRI (Thomson Reuters Foundation) - Os países da América Central estão se unindo para conservar cinco grandes florestas da região, como parte de um plano regional de ação climática divulgado nas negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima em Madri nesta semana, afirmou a aliança por trás do esforço.
A coalizão de governos, povos indígenas, grupos ambientalistas e outros anunciou um plano para proteger 10 milhões de hectares de florestas e terras degradadas dentro dessas florestas --uma área aproximadamente do tamanho da Guatemala-- até 2030.
Nos últimos 15 anos, três das florestas foram reduzidas em quase um quarto, sendo a criação ilegal de gado responsável por mais de 90% do desmatamento recente.
As medidas planejadas para proteger as florestas incluem reforçar as agências que cuidam das áreas protegidas, rastrear a carne bovina para verificar se ela foi produzida legalmente, reprimir o tráfico transfronteiriço de gado, ajudar os fazendeiros a encontrar outras maneiras de ganhar a vida e reflorestar terras onde as árvores foram cortadas.
Jeremy Radachowsky, diretor regional da Wildlife Conservation Society, parceira do projeto, disse que o financiamento virá de várias fontes, incluindo países da América Central, governos doadores e um fundo que será criado para florestas indígenas e comunitárias.
As cinco florestas, que vão do México à Colômbia, são essenciais para conter as mudanças climáticas, pois absorvem as emissões de dióxido de carbono da queima de combustíveis fósseis que, de outra forma, aqueceriam o planeta.
"Quase 50% do carbono na Mesoamérica está armazenado nas cinco grandes florestas", disse Carlos Manuel Rodríguez, ministro do Meio Ambiente da Costa Rica, acrescentando que espera que não sejam fragmentadas pelo desmatamento.
As florestas também fornecem habitat para a vida selvagem, como a onça-pintada e a arara-escarlate, disse a aliança. A iniciativa visa garantir que nenhuma espécie seja extinta.
As florestas incluem a Floresta Maia no México, Guatemala e Belize; Moskitia em Nicarágua e Honduras; Indio Maíz-Tortuguero na Nicarágua e na Costa Rica; a região de Talamanca na Costa Rica e no Panamá; e Darien no Panamá e na Colômbia.
Elas fornecem água, ar limpo, segurança alimentar e outros recursos naturais para 5 milhões de pessoas, afirmou a aliança, observando que as comunidades indígenas e locais gerenciam quase metade da área florestal.