Por Angeliki Koutantou
ATENAS (Reuters) - A Grécia, país que se tornou um ponto de entrada para imigrantes que fogem da guerra e da pobreza rumo à Europa, prometeu nesta quarta-feira melhorar as condições de vida nos campos superlotados de suas ilhas.
O número de pessoas que fazem a travessia marítima da Turquia para a Grécia diminuiu drasticamente neste ano devido a um acordo da União Europeia com Ancara, que estipulou que as pessoas que chegassem após 20 de março ficariam retidas em cinco ilhas do mar Egeu e seriam enviadas de volta se seus pedidos de asilo fosse rejeitados.
De acordo com cifras do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 173.208 pessoas aportaram na Grécia neste ano – em 2015, foram 856.723.
Cerca de 60 mil imigrantes, a maioria sírios, iraquianos e afegãos, ainda estão espalhados pelo país, que luta para se recuperar de uma crise fiscal.
Aproximadamente 15 mil estão em campos superlotados nas ilhas, que se tornaram violentos por causa de um processo lento de análise de pedidos de asilo que aumenta a frustração com as condições de vida.
"Estamos planejando locais novos e pequenos nas ilhas, seja construindo casas pequenas de dois andares, para esvaziar as barracas, seja encontrando outros lugares... para melhorar as condições", disse o ministro da Migração grego, Yannis Mouzalas, aos repórteres.
"Isso irá exigir tempo, mas o faremos".
Ele disse que as autoridades também irão criar pequenos centros de detenção e reforçar o policiamento.
Mouzalas reconheceu que a lentidão no processamento das solicitações de asilo é um "calcanhar de Aquiles", mas afirmou que Atenas está contratando mais funcionários para agilizá-lo.