SÃO PAULO (Reuters) - A Guarda Revolucionária do Irã disse neste domingo que a população e as forças de segurança do país haviam colocado fim às tensões fomentadas por inimigos estrangeiros, no momento em que autoridades de segurança e do parlamento se reuniam para discutir o maior desafio ao governo desde 2009.
Em mais de uma semana de tensões no Irã, 22 pessoas morreram e mais de 1.000 foram detidas, segundo autoridades iranianas. Os protestos se espalharam para mais de 80 cidades e municípios rurais, com milhares de jovens e trabalhadores iranianos manifestando insatisfação contra corrupção, desemprego e a crescente disparidade entre ricos e pobres.
Moradores contatados pela Reuters em diversas cidades disseram que os protestos tinham diminuído após o governo intensificar a repressão ao enviar os guardas revolucionários a diversas províncias.
"Os revolucionários do Irã, junto com dezenas de milhares de forças Basij, polícia e Ministério da Inteligência, quebraram a corrente (de tensões)", disseram os guardas em uma declaração em seu site Sepahnews. Os guardas disseram que as tensões haviam sido "criadas... pelos Estados Unidos, Reino Unido, regime Zionista (Israel), Arábia Saudita, os hipócritas (mujahedin) e monarquistas."
O Parlamento se reuniu neste domingo para discutir a semana de conflitos com os ministros do Interior e Inteligência, o chefe da polícia iraniana e o vice-comandante da Guarda Revolucionária, disse a televisão estatal.
No fim do sábado, vídeos nas redes sociais mostraram uma forte presença da polícia em cidades, incluindo Khorramabad, no sudoeste do Irã, onde na quarta-feira publicações nas redes sociais mostraram protestantes lançando pedras contra a polícia.
(Por Michael Georgy e Redação Dubai)