Por Sofia Menchu
CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - A polícia da Guatemala prendeu a ex-candidata presidencial Sandra Torres, nesta segunda-feira, na casa da política, devido a acusações de violação das regras de financiamento de campanha, poucas horas antes da partida de uma comissão anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU) que abalou a classe política do país.
Ex-primeira-dama de 63 anos, Torres ficou atrás do presidente eleito Alejandro Giammattei na eleição do mês passado, em sua terceira tentativa de conquistar o cargo.
Uma das políticas mais destacadas do país centro-americano durante mais de uma década, ela enfrentava há tempos acusações de corrupção, que nega.
O combate à corrupção domina o cenário político da Guatemala desde que a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) ajudou a derrubar um presidente em 2015.
A prisão de Torres e um caso contra um dos futuros ministros de Giammattei que veio à tona na semana passada pareceram ser os últimos atos da entidade, cujo mandato termina na terça-feira depois de 12 anos.
Sandra foi detida por vários policiais em sua casa, situada a alguns quilômetros da Cidade da Guatemala, e levada com o rosto quase todo oculto por um lenço de cabeça e óculos escuros grandes.
Ela foi conduzida a um tribunal da cidade.
"Rejeitamos esta medida desproporcional e desnecessária contra Sandra Torres", disse um de seus aliados mais próximos, o parlamentar Orlando Blanco, no Twitter.
As acusações que ela enfrenta derivam de um caso da Cicig. Segundo o caso, seu partido de centro-esquerda Unidade Nacional da Esperança (UNE) recebeu cerca de 442 mil dólares de financiamento não declarado durante a eleição presidencial de 2015.