(Reuters) - John Walker Lindh, cidadão americano capturado no Afeganistão em 2001 enquanto lutava pelo Talibã, foi libertado antecipadamente de uma penitenciária federal nesta quinta-feira, após cumprir 17 anos de prisão, informou a Administração Federal de Prisões.
Lindh, que tinha 20 anos de idade quando foi capturado, foi libertado em meio a preocupações sobre sua reabilitação.
O norte-americano, agora com 38 anos, deixou a prisão em Terre Haute, Indiana. Ele havia sido condenado a 20 anos de prisão após se declarar culpado em 2002 em acusações de fornecimento de serviços ao Talibã, e de portar um explosivo durante o cometimento do crime.
Lindh está entre as dezenas de prisioneiros que devem ser libertados durante os próximos anos e que foram capturados no Iraque e no Afeganistão tendo sido condenados por crimes relacionados a terrorismo após os ataques da al Qaeda aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.
Sua soltura provocou objeções de oficiais eleitos que perguntaram a causa de Lindh ser libertado antecipadamente e o que os oficiais de condicional têm feito para detectar radicalização e reincidência entre ex-jihadistas.
Documentos governamentais vazados e publicados pela revista "Foreign Policy" mostram que o governo federal havia descrito Lindh ainda em 2016 como uma pessoa de "visões extremistas".
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, classificou a libertação de Lindh como "inexplicável e inconcebível". "Há algo profundamente problemático e errado nisso", disse Pompeo no canal Fox News.
"Qual é a atual política estratégica entre agências e o processo para garantir que condenados de terrorismo/extremismo sejam reintroduzidos com sucesso na sociedade?", perguntaram os senadores Richard Selby e Margaret Hassan à Administração Federal de Prisões.
A entidade disse em nota que não compartilha os detalhes de planos de soltura de detentos específicos mas que tem políticas de monitoramento de ex-detentos em condicional e que tenham ligações com casos de terrorismo.
Durante sua libertação supervisionada, Lindh não poderá possuir qualquer dispositivo com acesso à Internet sem a permissão de seu oficial de condicional, e qualquer dispositivo do tipo deverá ser monitorado de forma contínua, de acordo com documentos da corte.
Lindh também não poderá ter passaporte, comunicar-se com extremistas conhecidos ou se comunicar online em qualquer língua que não seja o inglês, a não ser que isso seja aprovado. Ele também terá de passar por orientação de saúde mental, de acordo com documentos da corte.
(Reportagem de Andrew Hay em Taos, Novo México; reportagem adicional de Jonathan Allen)