Por Nidal al-Mughrabi
GAZA (Reuters) - O Hamas intensificou o disparo de foguetes contra cidades do sul de Israel, que convocou reservistas nesta segunda-feira antecipando uma possível escalada nas hostilidades com o grupo islâmico que domina a Faixa de Gaza.
O braço armado do grupo palestino disse ter disparado dezenas de foguetes durante cerca de uma hora. Em meados de junho já haviam sido centenas.
Israel disse que mais de 40 foguetes foram lançados enquanto ocorriam enterros de militantes em Gaza. Trinta atingiram seu território e o resto foi abatido por interceptadores, informou o Exército.
O Hamas jurou vingança pelo que classificou como os ataques mais mortíferos de Israel, nos quais seis militantes palestinos morreram, embora os israelenses neguem qualquer envolvimento. A violência recrudesceu desde o sequestro e assassinato de três jovens israelenses no mês passado e um adolescente palestino na última semana.
Sirenes de ataque aéreo soaram até no norte distante, nos arredores de Tel Aviv e Jerusalém. A polícia israelense disse terem sido alarmes falsos, mas os militares afirmaram que foguetes desencadearam os alertas a até 80 quilômetros de Gaza, os mais distantes na atual crise.
O porta-voz dos militares, tenente-coronel Peter Lerner, disse que, por causa dos disparos de foguete de combatentes do Hamas em Gaza, "agora os militares israelenses falam em se preparar para uma escalada", que várias centenas de reservistas foram convocados e que estão prontos para mobilizar um total de 1.500 soldados.
O gabinete de segurança do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu em consultas nesta segunda-feira ampliar os ataques aéreos contra militantes em regiões costeiras de Gaza, mas não chegou a adotar ofensivas terrestres por agora, relataram fontes políticas.
Netanyahu prometeu fazer "o que for necessário" para restaurar a paz nas comunidades do sul de Israel, mas pediu cautela a respeito de um confronto maior com o Hamas, cujo arsenal inclui foguetes de longo alcance que podem atingir Tel Aviv, o coração de seu país e sua capital financeira.
Por discordar da política de Netanyahu, o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, dissolveu a aliança de seu partido com o Likud, partido do premiê, mas não abandonou o cargo.
"Uma situação na qual um grupo terrorista tem centenas de foguetes e podem decidir usá-los a qualquer momento é intolerável", disse Lieberman em uma entrevista coletiva à imprensa. "Houve sugestões para que esperemos... mas não sei o que estamos esperando."