Por Laila Bassam e Timour Azhari
(Reuters) - O grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, e seus aliados perderam a maioria no Parlamento libanês em uma eleição geral, mostrou contagem da Reuters de resultados finais nesta terça-feira, um grande golpe para o grupo fortemente armado, num resultado que reflete a ira da população com a elite dominante do Líbano.
O movimento muçulmano xiita e as facções que apoiam a posse de armas conquistaram cerca de 62 dos 128 assentos do Parlamento nas eleições de domingo, uma mudança ante resultado de 2018, quando obtiveram uma maioria de 71.
Na primeira eleição desde o colapso econômico do Líbano e de uma gigantesca explosão no porto de Beirute em 2020, políticos reformistas novatos ganharam cerca de uma dúzia de cadeiras, fazendo um avanço inesperadamente forte em um sistema há muito dominado pelos mesmos grupos.
Opositores do Hezbollah, incluindo as Forças Libanesas alinhadas com a Arábia Saudita --uma facção cristã-- ganharam terreno. Alegaram ter ultrapassado o Movimento Patriótico Livre (FPM), aliado do Hezbollah, como o maior partido cristão do Líbano.
Os resultados deixam o Parlamento dividido em vários campos, nenhum dos quais com maioria, aumentando a perspectiva de paralisia política e tensões que podem atrasar as reformas necessárias para tirar o país de sua devastadora crise econômica.
Embora a eleição de 2018 tenha aproximado o Líbano da órbita do Irã, liderado por muçulmanos xiitas, esses resultados podem abrir caminho para a Arábia Saudita reafirmar a influência em um país que há muito tem sido uma arena para sua rivalidade regional com Teerã.
Os resultados finais de terça-feira incluíram a eleição de um recorde de oito mulheres --quase metade delas recém-chegadas ao Parlamento.