BEIRUTE (Reuters) - O grupo libanês Hezbollah tem agido com cautela desde que o Hamas e Israel entraram em guerra, mantendo as tropas israelenses ocupadas com ataques na fronteira do Líbano, mas sem abrir uma grande frente de batalha, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
O grupo apoiado pelo Irã está se preparando para a guerra, mobilizando forças especiais e armando seus foguetes para a possibilidade de um confronto.
As tensões estão mais altas do que em qualquer outro momento desde o conflito de 2006 com Israel, disseram as fontes. Três combatentes do Hezbollah já foram mortos.
Os aliados palestinos do Hezbollah, o Hamas e a Jihad Islâmica, também entraram na batalha na área, atacando Israel a partir do Líbano pela primeira vez, incluindo uma infiltração transfronteiriça na segunda-feira, na qual o Exército israelense afirmou que três de seus soldados e dois homens armados foram mortos.
No entanto, embora o Hezbollah não descarte a possibilidade de guerra, as fontes disseram que suas ações até o momento foram planejadas para ter um escopo limitado, evitando um grande alastramento para o Líbano e mantendo as forças israelenses ocupadas no norte de Israel.
Uma das fontes, falando sob condição de anonimato, disse que o Hezbollah está realizando ataques pontuais e respondendo ao fogo israelense no Líbano, enquanto observa atentamente a situação na Faixa de Gaza e no sul israelense.
Uma guerra de grandes proporções entre Israel e o Hezbollah, que se enfrentam em conflitos em toda a região, incluindo na Síria, deixaria o Exército israelense lutando em duas frentes, enquanto busca esmagar o Hamas a cerca de 200 km de distância, em Gaza.
O Hamas desencadeou a guerra no sábado, quando seus homens armados se infiltraram em Israel a partir de Gaza, matando 1.200 pessoas e sequestrando dezenas de outras. O bombardeio israelense em Gaza matou 1.055 palestinos.
Fundado pela Guarda Revolucionária do Irã em 1982 para combater as forças israelenses que invadiram o Líbano, o Hezbollah há muito tempo serve de modelo para outros grupos apoiados por Teerã na região, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica.
Os Estados Unidos alertaram o Irã para não se envolver e enviaram um grupo de porta-aviões para mais perto de Israel, descrevendo isso como uma "forte mensagem de dissuasão" para impedir que o conflito se amplie.
O Hezbollah disse estar em contato direto com os militantes palestinos em Gaza e expressou seu apoio a eles.
Há muito tempo, Israel vê o Hezbollah como a maior ameaça em suas fronteiras. A guerra de 2006 matou 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 157 israelenses, a maioria soldados.