AMSTERDÃ (Reuters) - O governo holandês disse nesta sexta-feira que convocou o embaixador russo na Holanda sobre o que chamou de resposta "totalmente desprezível" de Moscou ao veredicto no julgamento sobre a queda do voo MH17 em 2014.
A Rússia disse na quinta-feira que a decisão do tribunal holandês de condenar dois ex-agentes de inteligência russos e um líder separatista ucraniano por derrubar o avião da Malásia "negligenciou a imparcialidade". Todas as 298 pessoas a bordo morreram.
O ministro das Relações Exteriores da Holanda, Wopke Hoekstra, disse que esses comentários da Rússia, que invadiu a Ucrânia há nove meses, eram "totalmente desprezíveis" e totalmente fora da realidade.
"A própria Rússia viola as leis internacionais de todas as formas. Não podemos deixar isso passar... e temos que mostrar que respeitamos o estado de direito e temos um Judiciário independente", disse Hoekstra ao jornal holandês AD.
O voo MH17 da Malaysian Airlines de Amsterdã para Kuala Lumpur foi abatido sobre o leste da Ucrânia em 17 de julho de 2014, conforme ocorriam combates entre separatistas pró-Rússia e as forças do governo ucraniano, o precursor do conflito atual.
Em sua decisão, o tribunal disse que não havia dúvida de que o avião havia sido derrubado por um sistema de mísseis russo e que a Rússia tinha "controle geral" sobre as forças separatistas na região desde meados de maio de 2014.
(Reportagem de Bart Meijer e Stephanie van den Berg)