Por Uriel Sanchez
ACAPULCO, MÉXICO (Reuters) - Uma briga entre duas gangues rivais no Estado mexicano de Guerrero, no sudoeste do país, deixou 18 mortos, incluindo um prefeito e um ex-prefeito, e mais dois feridos, disseram autoridades nesta quinta-feira.
Entre os mortos a tiros em San Miguel Totolapan na quarta-feira estavam o prefeito Conrado Mendoza, seu pai e ex-prefeito Juan Mendoza, além de outras autoridades locais, segundo um comunicado do governo estadual de Guerrero.
"Isso aconteceu no contexto de uma disputa entre gangues criminosas", disse o vice-ministro da Segurança, Ricardo Mejia, acrescentando que os grupos do crime organizado La Familia Michoacana e Los Tequileros parecem estar envolvidos.
Falando em uma entrevista coletiva ao lado do presidente Andrés Manuel López Obrador, Mejia disse que uma investigação está em andamento para encontrar os autores.
Os investigadores também estão trabalhando para verificar um vídeo no qual o grupo Los Tequileros parecem reivindicar a responsabilidade pelos assassinatos, acrescentou. Ambas as gangues estão envolvidas no contrabando de drogas, bem como em crimes de extorsão e sequestro. Guerrero é um importante estado produtor de heroína.
O jornal mexicano El Universal informou anteriormente que os atiradores pareciam ter realizado uma série coordenada de ataques dentro do prédio com o objetivo de matar o prefeito.
Separadamente, no estado central de Morelos, a deputada estadual Gabriela Marin foi morta a tiros e seu guarda-costas ficou ferido do lado de fora de uma farmácia na noite de quarta-feira. Mejia disse que "não pode descartar vingança ou outro motivo político".
O governo de López Obrador registrou níveis recordes de homicídios.
Ele tem sido criticado pela sociedade civil por entregar às Forças Armadas uma maior responsabilidade pela segurança doméstica, particularmente através da criação de uma Guarda Nacional que foi empilhada com militares.
Originalmente destinada a ser uma instituição civil - que substituiu a Polícia Federal -, a Guarda Nacional foi colocada o sob o controle do Exército pelo presidente.
A medida recebeu críticas de adversários domésticos e das Nações Unidas sobre a militarização da segurança pública e provocou protestos em todo o país.