Por James Pomfret e Scott Murdoch
HONG KONG (Reuters) - Uma calma tensa recaiu sobre Hong Kong neste sábado, enquanto a cidade se prepara para ir às urnas em eleições locais vistas como um referendo para meses de protestos contra o governo e após semanas de confrontos particularmente violentos entre polícia e manifestantes.
Nas instalações cercadas da Universidade Politécnica, na península Kowloon, um número cada vez menor de manifestantes tenta desesperadamente encontrar uma saída, enquanto outros prometem não se render. O cerco ocorre dias depois dos piores episódios de violência desde que os protestos contra o governo se intensificaram, em junho.
Um estudante que conseguiu escapar do cerco policial em torno da universidade sem ser preso disse neste sábado não esperar que as eleições sigam adiante.
"Não me sinto nem um pouco otimista em relação ao resultado", disse ele, prevendo que o descontentamento somente aumentará. "Não consigo enxergar um fim."
A cidade se encontra sob um forte esquema de segurança para as eleições de domingo, em que um recorde de 1.104 candidatos disputam 452 assentos no conselho distrital.
Um recorde de 4,1 milhões de cidadãos de Hong Kong se inscreveu para votar, de um total de 7,4 milhões de habitantes, motivados em parte por campanhas de alistamento eleitoral feitas ao longo dos meses de protesto.