Por Marton Dunai e Bernadett Szabo
BUDAPESTE (Reuters) - Peter Rostas não quer ter motivo para usar a arma que vai comprar, mas o jovem pai húngaro não quer correr riscos durante uma epidemia de coronavírus que ele teme estar trazendo à tona o pior em algumas pessoas.
"É uma medida preventiva", disse Rostas, de 33 anos, em uma fila diante de uma pequena loja de Budapeste que vende armas não militares que não exigem porte. "Prefiro rir mais tarde do que me encontrar em um conflito com nada além de um cabo de vassoura."
Nas últimas semanas, um número crescente de húngaros procurou armas para se proteger por medo de um possível colapso da lei e da ordem se a disseminação do coronavírus provocar carências graves.
Os controles de armas são rígidos no leste europeu, assim como no resto do continente, mas a procura por armas pequenas aumentou em outras partes da região em meio à apreensão cada vez maior em relação ao coronavírus. A associação tcheca de fabricantes de armas disse que os donos de lojas relataram uma demanda em alta e um aumento de vendas de dois dígitos.
Cerca de 300 mil pessoas têm porte de arma na República Tcheca e outras 300 mil na Hungria, ambas com uma população de cerca de 10 milhões de habitantes. Algumas armas leves não exigem porte.
"Estamos vendendo cinco vezes mais do que em um março normal", disse Gabor Vass, que administra três lojas de armas na capital húngara, incluindo aquela em que Rostas comprou sua pistola de gás.
"Poderíamos vender 15 vezes mais se tivéssemos mais armas de balas de borracha, mas elas esgotaram."