BERLIM (Reuters) - Um filme que retrata a comunidade jamaicana em Londres na década de 1980 é um lembrete da complexidade multicultural do Reino Unido, disse o ator britânico Idris Elba ao apresentar “Yardie”, seu filme de estreia como diretor, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
“Yardie... é um lembrete de onde viemos na Inglaterra”, disse Elba em entrevista coletiva após uma exibição de seu filme.
O filme segue a jornada de D., um jovem gângster que perde seu irmão mais velho para a rivalidade entre guetos em Kingston, Jamaica.
Dez anos após a morte de seu irmão, ele ainda está traumatizado. Seu pai adotivo, um traficante de drogas, o manda para Londres para tentar dissuadi-lo de avançar com o ciclo de vingança.
Mas o fantasma de seu irmão continua a atormentar D. e ele não pode descansar até que se vingue.
Elba disse que o filme foi inspirado pelo trauma de perder seu pai há cinco anos.
O romance de 1992 do autor britânico Victor Headley, nascido na Jamaica, no qual o filme é baseado, foi descrito por sua editora como o primeiro título popular focado no público negro no Reino Unido.
Elba disse que o filme não é sobre “pessoas negras”, mas sobre a cultura jamaicana, acrescentando: “Eu acho que é uma coisa perigosa categorizar histórias por cor. Eu sou um contador de histórias por cultura”.
Através de músicas apresentadas por D. e seu irmão durante o filme, Elba quis explicar e dar contexto à música jamaicana e ao reggae para uma plateia internacional.
“Até mesmo discos de Bob Marley, ‘Lively Up Yourself’, ‘Survival’ – as pessoas de fora da Jamaica realmente sabem sobre o que eram estas canções, e o que significam para a Jamaica?”, disse Elba.
“Yardie” está entre cerca de 400 filmes exibidos no Festival de Berlim. O festival segue até o dia 25 de fevereiro.
(Reportagem de Riham Alkousaa)