Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - Rússia e China se opõem a um candidato de Fiji visto como ferrenho defensor dos direitos humanos para liderar o principal órgão de direitos da ONU, afirmam diplomatas e observadores, criando um impasse no momento em que os Estados Unidos podem voltar ao fórum que deixaram em 2018.
A presidência do Conselho de Direitos Humanos alterna anualmente entre as regiões e geralmente é definida por consenso, com qualquer disputa normalmente resolvida de forma rápida e cordial, dizem diplomatas.
O impasse fará com que o conselho, único órgão global intergovernamental a promover e proteger os direitos humanos em todo o mundo, retome os trabalhos em Genebra na próxima semana sem nenhum líder pela primeira vez em seus 15 anos de história.
Embora as decisões do órgão não sejam juridicamente vinculativas, elas têm peso político e podem autorizar investigações sobre violações.
A disputa interna aponta para um jogo de apostas altas, em que as potências buscam neutralizar preventivamente a influência futura dos Estados Unidos, que podem voltar ao órgão sob o comando do presidente eleito Joe Biden, disse Marc Limon, da instituição Universal Rights.
"Nem a China nem a Rússia querem que um país defensor dos direitos humanos ocupe a presidência em um ano em que os EUA provavelmente se reintegrarão ao conselho", disse ele.