Por Catarina Demony e Miguel Pereira
ODEMIRA, Portugal (Reuters) - Cerca de mil bombeiros combatiam nesta terça-feira um incêndio florestal no sul de Portugal que se prolonga há quatro dias, devastando milhares de hectares e obrigando a retirada de cerca de 1.400 pessoas da região.
O incêndio começou no sábado no município de Odemira, na região do Alentejo, mas desde então se espalhou para o sul em direção ao Algarve, um dos principais destinos turísticos de Portugal.
As altas temperaturas e os ventos fortes dificultaram os esforços dos bombeiros e de seis jatos de água para extinguir as chamas, que destruíram cerca de 7 mil hectares, incluindo grandes áreas de pinheiros e eucaliptos altamente inflamáveis.
José Ribeiro, comandante regional da Autoridade de Emergência e Proteção Civil (ANPC), disse que as condições meteorológicas deverão continuar difíceis.
"É uma situação preocupante", disse Ribeiro a repórteres nesta terça-feira, acrescentando que há duas frentes ativas, uma delas rumo a Monchique, uma área montanhosa no interior do Algarve.
André Fernandes, comandante nacional da ANPC, disse que estão utilizando tratores para construir aceiros e evitar que o fogo se alastre ainda mais.
Monchique, que ardeu pela última vez em 2018, é popular entre moradores locais e turistas devido às águas termais e aos hotéis.
Três distritos do norte de Portugal foram colocados em alerta vermelho nesta terça-feira. A expectativa é de que as temperaturas cheguem a 41 graus Celsius na cidade de Castelo Branco, no norte do país.
As autoridades dizem que mais de 120 municípios portugueses, incluindo Lisboa, Alentejo e Algarve, estão em risco máximo de incêndios florestais.
"As condições climáticas que vamos experimentar nos próximos dias significam que qualquer pequena ocorrência (de incêndio) pode se tornar um grande problema", disse a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, em coletiva de imprensa.