WASHINGTON (Reuters) - A indicada pelo presidente Donald Trump para chefiar a CIA, Gina Haspel, tentou recuar do cargo depois que seu papel no programa de interrogatórios da agência virou alvo de polêmicas e preocupações, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto à Reuters.
Haspel foi convocada para a Casa Branca na sexta-feira para uma reunião para discutir seu histórico no programa de interrogatório empregando técnicas como o afogamento simulado, amplamente condenado como tortura, reportou primeiro neste domingo o jornal The Washington Post.
Ela disse à Casa Branca que se afastaria da disputa para evitar uma audiência brutal de escrutínio no Comitê de Inteligência do Senado na quarta-feira, que poderia prejudicar a agência de inteligência CIA, disseram os funcionários ao Washington Post. Ela então retornou à sede da agência em Langley, na Virgínia.
Assessores da Casa Branca, incluindo o responsável por assuntos legislativos Marc Short e a porta-voz Sarah Sanders, deslocaram-se imediatamente para Langley na sexta-feira para discussões que duraram várias horas, mas que não garantiram de Haspel o compromisso de ir adiante com a indicação, revelou o jornal.
Somente na tarde de sábado a Casa Branca garantiu que ela não se retiraria, segundo o jornal.
Trump nomeou Haspel, a primeira mulher escolhida para chefiar a agência, para suceder Mike Pompeo, que se tornou secretário de Estado no mês passado.
A indicação de Haspel teve grande oposição devido ao seu papel em um extinto programa no qual a agência detinha e interrogava suspeitos da Al Qaeda em prisões secretas no exterior utiizando técnicas amplamente condenadas como tortura.
O Programa de Rendição, Detenção e Interrogatório foi autorizado pelo ex-presidente George W. Bush depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.
(Por Doina Chiacu)