WASHINGTON (Reuters) - O senador republicano Jeff Sessions enfrentou questionamentos e interrupções sobre sua capacidade de se manter independente e de agir contra Donald Trump se necessário, ao passar pela primeira audiência de confirmação de um indicado pelo presidente eleito dos Estados Unidos para formar o novo governo, nesta terça-feira.
Sessions, escolhido como secretário de Justiça, foi o primeiro senador no exercício do mandato a apoiar Trump para a presidência logo no início de 2016, e se manteve como um assessor próximo do republicano em questões como a imigração.
A senadora democrata Diane Feinstein disse que a Comissão Judiciária do Senado recebeu cartas de 400 organizações de direitos civis se opondo à confirmação de Sessions para o cargo de secretário de Justiça, que também ocupa o posto de procurador-geral do país.
"Esse cargo requer servir o público e a lei, não o presidente", disse Feinstein.
"Existe um temor profundo sobre o que o governo Trump irá trazer em muitos lugares. E esse é o contexto no qual nós precisamos considerar o histórico e a nomeação do senador Sessions", acrescentou Feinstein.
Manifestantes interromperam diversas vezes o início da sabatina de Sessions, alguns vestidos com vestes da Ku Klux Klan (KKK) e outros segurando cartazes com a frase "Apoie os Direitos Civis, Pare Sessions".
Sessions foi rejeitado para uma vaga de juiz federal em 1986 após a divulgação de alegações de que teria feito declarações racistas, incluindo alegações de que teria chamado um promotor negro de "menino", uma acusação que Sessions nega.
Sessions, de 70 anos, está sendo sabatinado pelo Comitê Judiciário, do qual faz parte, e deve ser facilmente aprovado pelo Senado, que é dominado por republicanos. Mas seu retrospecto nos direitos civis e na imigração devem provocar momentos de disputa durante a audiência.
Falando a favor de Sessions, a senadora republicana Susan Collins, considerada moderada, disse que tinha "total confiança de que Jeff Sessions vai cumprir o cargo honesta, fiel e completamente em busca da Justiça".