JACARTA (Reuters) - A Indonésia retirou seu novo embaixador em Brasília depois de o Brasil ter adiado a cerimônia de sua indicação, disse Jacarta neste sábado, em meio a estremecimentos das relações após a execução de um brasileiro acusado de tráfico de drogas.
Brasil e Holanda retiraram seus embaixadores da Indonésia, que tem uma das leis antidrogas mais estritas do mundo, depois que dois de seus cidadãos estiveram entre seis pessoas executadas por tráfego de drogas no mês passado.
A Indonésia também está envolvida em uma rusga diplomática com a Austrália sobre o destino de dois membros australianos de uma quadrilha de traficantes conhecida como "Bali Nine" que devem ser executados este mês.
Toto Riyanto, que foi escolhido para ser o novo embaixador da Indonésia no Brasil em outubro, foi convidado para apresentar suas credenciais em Brasília na sexta-feira, mas recebeu pouco antes a informação de que a cerimônia havia sido adiada, disse o Ministério das Relações Exteriores indonésio em comunicado.
"A meneira com a qual a chancelaria do Brasil repentinamente nos informou do adiamento... quando o embaixador designado já estava no palácio, é inaceitável para a Indonésia", disse o ministério.
Em resposta, o ministério convocou o embaixador no Brasil na noite de sexta-feira antes de retirar Riyanto. A embaixada do Brasil em Jacarta não foi encontrada para comentar a informação neste sábado.
"Como um Estado soberano democrático com sua própria soberania, sistema judiciário independente e imparcial, nenhum país estrangeiro ou parte pode ou deve interferir na implementação das leis da Indonésia em sua jurisdição, incluindo na aplicação das leis para combater o tráfego de drogas", disse o comunicado.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, negou clemência a traficantes de drogas, apesar dos pedidos de União Europeia, Brasil, Austrália e Anistia Internacional.
(Por Chris Nusatya)