Por Richard Cowan e Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - Um ex-assessor do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo que renunciou abruptamente na semana passada falou nesta quarta-feira a um inquérito de impeachment sobre alegações de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscou interesses políticos em negociações com a Ucrânia.
O ex-assessor de Pompeo Michael McKinley, a mais recente autoridade do governo a prestar depoimento a portas fechadas no inquérito liderado pelos democratas, enfrentou perguntas de investigadores, num momento em que os republicanos no Congresso intensificaram os ataques a um processo que pode terminar no impeachment de Trump pela Câmara dos Deputados antes do fim do ano.
Os parlamentares estão examinando se Trump pressionou indevidamente a Ucrânia a iniciar uma investigação do ex-vice-presidente Joe Biden, importante rival político e principal candidato à indicação democrata para a eleição de 2020.
Havia expectativa de que McKinley, diplomata veterano que serviu como embaixador no Brasil e no Afeganistão, dissesse aos investigadores que alguns diplomatas de carreira tiveram suas carreiras descarriladas por razões políticas enquanto ele atuou como conselheiro de Pompeo, de maio de 2018 até sexta-feira passada, segundo o Washington Post.
O jornal informou que ele renunciou por falta de vontade da liderança do Departamento de Estado em defender a ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia Marie Yovanovitch contra um esforço para intervir no país em benefício político de Trump. Yovanovitch, que foi retirada do cargo neste ano, disse aos investigadores na semana passada que o presidente a demitiu por "alegações infundadas e falsas".