Por Sarah N. Lynch e Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - A área de fiscalização interna do Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse ter encontrado vários erros, mas nenhum indício de viés político do FBI quando este iniciou uma investigação sobre contatos entre a campanha presidencial de Donald Trump e a Rússia em 2016.
O relatório do inspetor-geral Michael Horowitz provavelmente dará munição tanto aos apoiadores de Trump quanto aos seus críticos democratas no debate em andamento sobre a legitimidade de uma investigação que ofuscou os dois primeiros anos de seu mandato.
Horowitz descobriu que o FBI tinha um "propósito autorizado" legal para pedir aprovação de um tribunal para começar a vigiar Carter Page, conselheiro de campanha de Trump.
Mas Horowitz também descobriu um total de 17 erros e omissões "básicos e fundamentais" na solicitação original e em todas as renovações subsequentes ao Tribunal de Vigilância da Inteligência Estrangeira (Fisa). Estes erros fizeram o caso parecer mais consistente do que era, disse Horowitz.
O relatório ressaltou em particular um advogado do FBI que alterou um email contido em uma renovação da solicitação que afirmava que Page "não era uma fonte" de outra agência governamental dos EUA.
Na verdade, Page atuou como um "contato operacional" de outra agência não identificada, que não foi mencionada no relatório.
A investigação do FBI, iniciada no verão local de 2016, portanto antes da eleição de novembro em que Trump enfrentou a candidata democrata Hillary Clinton, foi assumida em maio de 2017 por Robert Mueller, ex-chefe do FBI, depois que Trump demitiu James Comey, à época diretor da agência.
O inquérito de 22 meses de Mueller detalhou uma campanha russa de hackers e propaganda para semear discórdia nos Estados Unidos, prejudicar Hillary e impulsionar Trump. Mueller documentou vários contatos entre nomes da campanha de Trump e Moscou, mas encontrou evidências insuficientes de uma conspiração criminosa.