MAPUTO (Reuters) - O ciclone Freddy estava se estabelecendo na costa do Moçambique neste sábado, trazendo inundações e ventos fortes para Quelimane duas semanas após matar pelo menos 27 pessoas no sul da África onde atingiu a costa pela primeira vez no mês passado.
"A cidade é uma zona proibida; não há lojas ou negócios abertos. Tudo está fechado. Estamos trancados", disse a moradora Vania Massingue, por telefone, de sua casa na cidade portuária, localizada na província central de Zambézia .
Freddy, uma das tempestades mais fortes já registradas no Hemisfério Sul, parecia ter parado no mar, mostraram dados de satélite. Porém, ainda atingia a costa com chuvas e estava potencialmente a horas de chegar à terra pela segunda vez desde que foi nomeada em 6 de fevereiro.
Depois de rodar por 34 dias seguidos, Freddy provavelmente quebrou o recorde do ciclone tropical mais duradouro. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o recorde anterior era de um furacão de 31 dias em 1994.
Mais de 171.000 pessoas foram afetadas depois que o ciclone varreu o sul de Moçambique no mês passado, trazendo fortes chuvas e inundações que danificaram plantações e destruíram casas. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários calculou 27 mortos até agora - 10 em Moçambique e 17 em Madagascar.
Freddy, que também deve atingir o nordeste do Zimbábue, o sudeste da Zâmbia e o Malawi, estabeleceu um recorde para a maior energia de ciclone acumulada, uma medida da força da tempestade ao longo do tempo, de qualquer tempestade no Hemisfério Sul na história, de acordo com a Administração Nacional Atmosférica e Ocêanica dos Estados Unidos.
(Por Manuel Mucari, em Maputo, e Tim Cocks, em Johannesburg;)