LIMA (Reuters) - O gabinete do procurador-geral do Peru reabriu um inquérito de corrupção que avalia se o presidente Pedro Pablo Kuczynski teria ajudado uma empresa brasileira a ganhar um contrato de obras públicas quando era primeiro-ministro há uma década, mostraram documentos judiciais nesta terça-feira.
A unidade anticorrupção do gabinete ordenou que promotores ampliassem uma investigação preliminar sobre Kuczynsky, o ex-presidente Alejandro Toledo e o conglomerado Odebrecht, depois de concluir que ela foi encerrada de forma prematura em setembro, segundo decisão assinada por um importante promotor e vista pela Reuters.
Kuczynski enfrenta atualmente a pior crise política dos seus cinco meses de governo, à medida que o Congresso controlado pela oposição se prepara para tirar do cargo o seu ministro da Educação.
A investigação sobre corrupção foi aberta neste ano a pedido de um procurador que acusa Kuczynski e Toledo de conluio para aprovar uma lei em 2006 que, segundo o procurador, mudou regras de licitação para que um consórcio liderado pela Odebrecht pudesse competir por contratos de infraestrutura no valor de mais de 500 milhões de dólares.
Investigações sobre corrupção envolvendo políticos importantes são comuns no Peru e geralmente terminam sem indiciamentos.
O gabinete de Kuczynski não quis comentar. O porta-voz de Toledo afirmou que o ex-presidente estava viajando e não poderia comentar. A Odebrecht, no centro do maior escândalo de corrupção do Brasil, não respondeu de imediato aos pedidos por comentários.
(Reportagem de Mitra Taj)