DUBAI (Reuters) - Um avião comercial ucraniano pegou fogo no ar antes de cair a sudoeste de Teerã, matando todas as 176 pessoas a bordo, de acordo com um relatório inicial de investigadores iranianos.
O Boeing 737-800 da Ukrainian International Airlines, que voava para Kiev e transportava principalmente iranianos e iraniano-canadenses, caiu na quarta-feira pouco depois de decolar do aeroporto Imã Khomeini, em Teerã.
O relatório da agência de aviação civil do Irã citou testemunhas no local e em uma aeronave que passava em alta altitude, segundo as quais o avião estava em chamas em pleno ar.
O avião de três anos de uso, que havia passado por sua última manutenção programada na segunda-feira, teve um problema técnico pouco depois da decolagem e começou a seguir para um aeroporto próximo antes de cair, segundo o relatório.
O problema técnico não foi especificado no relatório, que ainda disse que não houve comunicação de rádio do piloto e que a aeronave desapareceu do radar a 2.440 metros.
Até agora não está claro se qualquer questão técnica pode estar relacionada a uma falha mecânica ou uma peça defeituosa.
O desastre voltou a chamar a atenção para a Boeing, que enfrenta uma crise de segurança por causa de outro modelo 737, mas o avião que caiu no Irã não usa o dispositivo que se acredita ter provocado quedas do 737 MAX, que atualmente está fora de uso.
O relatório iraniano se refere à queda como um "acidente".
Investigações sobre quedas de aviões de carreira são complexas, exigindo que agências reguladoras, especialistas e empresas de várias jurisdições internacionais trabalhem juntas. Emitir um relatório inicial em 24 horas é raro, e podem ser necessários meses para se determinar plenamente a causa.
Uma fonte de segurança canadense disse à Reuters que existem indícios de que um dos motores superaqueceu.
A queda ocorreu horas depois de o Irã realizar ataques com mísseis contra forças lideradas pelos Estados Unidos no Iraque, provocando a especulação de que o avião poderia ter sido atingido.
A avaliação inicial de agências de inteligência ocidentais foi que o avião sofreu um mal funcionamento técnico e não foi derrubado por um míssil, disseram à Reuters cinco fontes de segurança --três norte-americanas, uma europeia e uma canadense--, que pediram para não ser identificadas.
Em Kiev, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que o governo está analisando várias causas possíveis para a tragédia.
Corpos e partes de corpos recuperados do local da queda foram levados ao escritório do médico legista para identificação, disse o relatório.
(Por Alexander Cornwell; Reportagem adicional de Pavel Polityuk)