LONDRES (Reuters) - A Guarda Revolucionária do Irã alertou os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, nesta sexta-feira, a respeitarem as "linhas vermelhas" ou enfrentarão retaliação, no momento em que os Estados Unidos e aliados aumentam a pressão para que Teerã contenha sua influência regional.
Teerã acusa os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita de financiarem cinco atiradores que atacaram um desfile militar no Irã no dia 22 de setembro e mataram 25 pessoas, 12 delas membros da guarda de elite. Riad e Abu Dhabi negaram qualquer envolvimento.
A Guarda Revolucionária prometeu uma vingança "mortal e inesquecível".
"Se vocês cruzarem nossas linhas vermelhas, com certeza cruzaremos as de vocês. Vocês sabem a tempestade que a nação iraniana pode causar", disse o brigadeiro Hossein Salami, vice-comandante da Guarda, segundo a agência de notícias Fars.
"Parem de criar complôs e tensões. Vocês não são invencíveis. Vocês estão sentados em uma casa de vidro e não conseguem tolerar a vingança da nação iraniana... estamos mostrando comedimento", disse Salami ao se dirigir a fiéis presentes às orações de sexta-feira em Teerã.
Salami também exortou os EUA, que o Irã acusou de auxiliarem os agressores de 22 de setembro em Ahvaz, a "pararem de apoiar os terroristas ou pagarão o preço". Washington negou ter tido conhecimento prévio do incidente.
Salami disse que EUA, Israel, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita criaram uma aliança para pressionar seu país. O Irã xiita e a Arábia Saudita sunita são arquirrivais no Oriente Médio e endossam lados opostos dos conflitos na Síria e no Iêmen.
Os fiéis iranianos bradaram frases contra os EUA e Israel em uma manifestação posterior às orações desta sexta-feira em Teerã, repudiando o ataque em Ahvaz, relatou a televisão estatal.