Por Parisa Hafezi
VIENA/ESTOCOLMO (Reuters) - Os Estados Unidos e o Irã expressaram pessimismo com a chance de ressuscitar o acordo nuclear iraniano de 2015 nesta quinta-feira, quando os norte-americanos disseram ter pouco motivo para otimismo e os iranianos questionaram a determinação dos negociadores dos EUA e da Europa.
"Tenho que dizer a vocês, as medidas recentes, a retórica recente não nos dão muito motivo para... otimismo", disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, aos repórteres em Estocolmo, dizendo que em um dia ou dois poderá julgar se o Irã se envolverá de boa fé.
Blinken fez os comentários depois que o Irã entregou a partes europeias, que estão fazendo uma mediação entre autoridades norte-americanas e iranianas em Viena, esboços sobre remoção de sanções e compromissos nucleares enquanto potências mundiais e o Irã tentam reinstaurar o pacto.
"Fomos a Viena com uma grande determinação, mas não estamos otimistas a respeito da vontade e da intenção dos Estados Unidos e das três partes europeias do acordo", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian, em uma conversa telefônica com seu equivalente japonês, segundo citação da mídia de seu país.
Embora Blinken tenha dito que "não é tarde demais para o Irã reverter o curso e se envolver significativamente", parece que os dois lados podem estar tentando evitar a culpa se as conversas fracassarem.
O anúncio veio no quarto dia das conversas indiretas entre o Irã e os Estados Unidos sobre a volta plena de ambos ao acordo, conforme o qual o Irã limitou seu programa nuclear em troca do alívio de sanções econômicas dos EUA, da União Europeia e da Organização das Nações Unidas (ONU).
As conversas foram retomadas na segunda-feira após um intervalo de cinco meses, provocado pela eleição do presidente linha-dura Ebrahim Raisi no Irã.
(Por Parisa Hafezi em Viena e Humeyra Pamuk em Estocolmo; reportagem adicional de Doina Chiacu e Simon Lewis em Washington)