LONDRES (Reuters) - O enviado do Irã junto à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse neste sábado que a Arábia Saudita e a Rússia tomaram o mercado de petróleo como "refém", no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta impor novas sanções às exportações de petróleo iraniano.
Os EUA querem cortar as exportações de petróleo do Irã para zero até novembro, e estão encorajando produtores como a Arábia Saudita, outros países-membros da Opep e a Rússia a produzirem mais para atenderem ao déficit.
"A Rússia e a Arábia Saudita alegam que buscam equilibrar o mercado global de petróleo, mas estão tentando assumir parte da fatia do Irã", disse Hossein Kazempour Ardebili, segundo a Shana, agência de notícias do Ministério do Petróleo iraniano.
"Os esforços de Trump para cortar o acesso do Irã ao mercado global de petróleo levaram a Rússia e a Arábia Saudita a tomarem o mercado como refém", afirmou.
Kazempour Ardebili disse à Reuters na sexta-feira que os Estados Unidos terão dificuldades para cortar completamente as exportações de petróleo do Irã, já que o mercado de petróleo já está apertado e os produtores rivais não podem compensar o déficit.
Neste sábado ele acusou Moscou e Riad de usarem as sanções contra o Irã para seu próprio benefício, e advertiu que tais ações prejudicariam a credibilidade da Opep.
Sob pressão de Trump para baixar os preços do petróleo, a Opep e aliados concordaram em junho em aumentar a produção, após um acordo de corte de fornecimento que estava em vigor desde 2017.
Embora a produção da Opep tenha aumentado desde então, a Arábia Saudita adicionou menos petróleo do que inicialmente indicado ao mercado global.
(Reportagem de Bozorgmehr Sharafedin)