(Reuters) - O ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou neste sábado que a medida dos EUA de suspender sanções contra Teerã não é suficiente e que Washington têm que apresentar garantias para retomar o acordo nuclear de 2015 entre seu país e as principais potências mundiais.
Na sexta-feira, Washington restabeleceu isenções para permitir projetos internacionais de cooperação nuclear, enquanto conversas indiretas entre Irã e EUA para reviver o acordo nuclear entraram na reta final em Viena.
"O alívio de algumas sanções podem em si se traduzir em boa fé", disse Hossein Amirabdollahian em comentários publicados pela imprensa iraniana. "Por mais que isso pareça bom no papel, não é suficiente", acrescentou.
Amirabdollahian disse que uma das grandes questões nas negociações em Viena era "conseguir garantias, especialmente do Ocidente, para cumprir suas obrigações".
"Exigimos garantias nas esferas política, legal e econômica. Certos acordos já foram fechados", acrescentou.
As isenções restauradas por Washington permitem que empresas russas, chinesas e europeias façam trabalhos de não-proliferação para na prática dificultar que usinas nucleares iranianas sejam usadas para desenvolver armas. As isenções foram rescindidas pelos EUA em 2019 e 2020 sob o governo do ex-presidente Donald Trump, que se retirou do acordo nuclear em 2018.
EUA e o Irã já realizaram oito rodadas de negociações indiretas em Viena desde abril com objetivo de restaurar o pacto entre as grandes potências - EUA, China, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido - que cancelava sanções contra Teerã em troca de restrições ao seu programa nuclear.
Após Trump retirar os EUA do acordo e restaurar sanções severas, o Irã gradualmente começou a violar as limitações do pacto nuclear. Teerã insiste que o seu programa nuclear tem propósitos puramente pacíficos.
Ali Shamkhani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, publicou no Twitter no sábado: "O direito legal do Irã de continuar pesquisas e desenvolvimento e manter suas capacidades e feitos nucleares pacíficos, lado a lado com sua segurança não pode ser limitado por nenhum acordo".