Por Parisa Hafezi e John Irish
DUBAI (Reuters) - Irã e Estados Unidos estão mostrando pouca flexibilidade em questões centrais nas negociações nucleares indiretas, levantando questões sobre se um acordo pode ser encontrado em breve para renovar um pacto de 2015 que poderia dissipar os temores de uma guerra mais ampla no Oriente Médio, afirmam diplomatas.
Após oito rodadas de negociações, os pontos mais espinhosos continuam sendo a velocidade e o escopo da suspensão de sanções contra Teerã, incluindo exigência do Irã de uma garantia dos EUA de não mais impor medidas punitivas, e como e quando restaurar as restrições ao trabalho atômico do Irã.
O acordo nuclear limitou a atividade de enriquecimento de urânio do Irã para dificultar o desenvolvimento de armas nucleares – uma ambição que Teerã nega – em troca da suspensão das sanções internacionais.
Mas o ex-presidente dos EUA Donald Trump abandonou o pacto em 2018, dizendo que ele não era suficiente para conter as atividades nucleares do Irã, o programa de mísseis balísticos e a influência regional, e reimpôs sanções que prejudicaram gravemente a economia iraniana.
Depois de esperar um ano, o Irã respondeu à pressão de Trump violando gradualmente o acordo, incluindo a reconstrução de estoques de urânio enriquecido, refinando-o para maior pureza físsil e instalando centrífugas avançadas para acelerar a produção.
Após meses de negociações que começaram depois que Joe Biden substituiu Trump na Casa Branca, as autoridades ocidentais agora dizem que o tempo está se esgotando para ressuscitar o pacto. Mas as autoridades iranianas negam que estejam sob pressão do tempo, argumentando que a economia pode sobreviver graças às vendas de petróleo para a China.
A França disse na terça-feira que, apesar de algum progresso no final de dezembro, o Irã e as potências mundiais ainda estão longe de retomar o acordo.
Os Estados Unidos citaram nesta quarta-feira "progressos modestos" nas últimas semanas, mas não o suficiente.