Por Parisa Hafezi
ANCARA (Reuters) - Autoridades iranianas encerraram operações de resgate, dizendo que há pouca probabilidade de encontrar mais sobreviventes do terremoto que abalou partes da região oeste do país deixando ao menos 530 mortos, informou a mídia estatal nesta terça-feira.
Os sobreviventes, muitos dos quais ficaram desabrigados depois que o tremor de magnitude 7,3 atingiu vilarejos e cidades em uma área montanhosa que faz fronteira com o Iraque, lutaram durante a noite contra temperaturas quase congelantes e enfrentaram outro dia sombrio nesta terça-feira com a falta de alimentos e água.
O número de 530 mortos, relatado pela agência de notícias estatal Irna, fez deste o terremoto mais letal a atingir o Irã em mais de uma década. Milhares de pessoas ficaram feridas, 30 mil casas foram danificadas e dois vilarejos inteiros foram destruídos.
O tremor atingiu a área de fronteira entre o Irã e o Iraque, causando a maior parte dos danos no Irã, apesar de ter tido epicentro na parte iraquiana da fronteira. Autoridades iraquianas disseram que 7 pessoas morreram e 325 ficaram feridas no país, todas em províncias curdas.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, chegou à área atingida na província de Kermanshah na manhã desta terça-feira, e prometeu que o governo irá "usar todo o seu poder para solucionar os problemas no menor tempo possível".
Milhares de pessoas se amontoaram em campos improvisados enquanto muitos outros escolheram passar uma segunda noite ao ar livre, apesar das baixas temperaturas, porque temiam a possibilidade de mais tremores após 193 abalos secundários, afirmou a televisão estatal.
Uma jovem desabrigada em Sarpol-e Zahab, uma das cidades mais afetadas pelo terremoto, disse à TV estatal que sua família passou a noite no frio devido à falta de barracas.
"Nós precisamos de ajuda. Nós precisamos de tudo. As autoridades precisam acelerar sua ajuda", disse.
Imagens de televisão mostraram equipes de resgate vasculhando escombros em dezenas de vilarejos logo após o terremoto. Entretanto, na manhã desta teça-feira, autoridades iranianas disseram que não havia mais probabilidade de encontrar sobreviventes e encerraram o resgate.
"As operações de resgate na província de Kermanshah terminaram", disse Pir-Hossein Kolivand, chefe dos Serviços Médicos de Emergência do Irã.
(Reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafedin em Londres)