Por Parisa Hafezi e Alexander Cornwell
DUBAI (Reuters) - O Irã pediu nesta segunda-feira que potências regionais recorram à diplomacia para reduzir as tensões, inclusive na guerra do Iêmen, mas alertou que um navio-tanque iraniano danificado na semana passada no Mar Vermelho foi atingido por foguetes e que terá que haver consequências.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, reiterou em entrevista coletiva a diretriz da República Islâmica para o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartando conversas bilaterais a menos que os EUA voltem a um acordo nuclear histórico e suspenda as sanções econômicas debilitantes.
As tensões no Golfo Pérsico atingiram um novo pico desde maio de 2018, quando o governo de Trump retirou o país de um acordo de 2015 com o Irã que impôs limites ao programa nuclear iraniano em troca da amenização das sanções.
O Irã e a Arábia Saudita, sua principal rival regional, estão enredados em guerras por procuração em todo o Oriente Médio, da Síria ao Iraque e ao Iêmen.
Rouhani disse que a diplomacia é a maneira de solucionar diferenças.
"Encerrar a guerra no Iêmen abrirá caminho para o apaziguamento da região", disse Rouhani em uma coletiva de imprensa transmitida ao vivo na televisão estatal, acrescentando que "eventualmente também pode levar a um apaziguamento entre o Irã e a Arábia Saudita".
"Queremos paz e calma na região... a crise regional pode ser resolvida através da diplomacia e da cooperação entre os países regionais".
Estados Unidos, Arábia Saudita e potências europeias acusaram o Irã de estar por trás de ataques a instalações petrolíferas sauditas em 14 de setembro que reduziram a produção pela metade temporariamente. Teerã nega qualquer envolvimento.