DUBAI (Reuters) - As forças de segurança iranianas prenderam uma funcionária de uma emissora de televisão da oposição, a Iran International, enquanto ela tentava fugir do país, disse a agência de notícias semioficial Fars nesta quinta-feira.
Na terça-feira, o ministro da Inteligência do Irã, Esmail Khatib, chamou o canal com sede em Londres de uma organização "terrorista".
A prisão ocorre em meio a um dos maiores desafios aos governantes clericais do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, com protestos em todo o país desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini sob custódia da polícia da moralidade por não usar "trajes apropriados".
"Recentemente, a agente realizou inúmeras atividades e ações caluniando a República Islâmica, convidando os jovens para tumultos e criando terror entre as pessoas", disse a Fars sobre a prisão.
A mídia iraniana identificou a pessoa presa como Elham Afkari, que eles disseram estar em contato com o canal de TV.
A emissora semioficial Student News Network afirmou que ela é irmã de Navid Afkari, um lutador greco-romano de 27 anos executado em setembro de 2020 depois de ser condenado por esfaquear um segurança até a morte durante protestos contra o governo em 2018.
A família de Afkari e ativistas disseram que Navid foi torturado para fazer uma confissão falsa, acusações que foram negadas pelo judiciário iraniano linha-dura.
Saeed Afkari confirmou a prisão de sua irmã no Twitter nesta quinta-feira, acrescentando que o paradeiro da filha de três anos de Elham era desconhecido.
Desde a execução de Navid Afkari, os Afkaris enfrentam vários processos judiciais por envolvimento nos protestos de 2018. Habib Afkari foi libertado em março de 2022 após meses de isolamento na prisão, enquanto Vahid Afkari permanece em confinamento solitário.
(Reportagem da Redação de Dubai)