Por Parisa Hafezi
DUBAI (Reuters) - O período oficial de campanha para a eleição parlamentar do Irã terminou nesta quinta-feira, um dia antes da votação vista como um teste da popularidade do establishment clerical.
Garis saíram cedo para retirar os pôsteres e as faixas das paredes para abrir caminho à primeira eleição iraniana desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou seu país de um acordo nuclear com Teerã em 2018 e reativou sanções punitivas.
Como o Irã enfrenta um isolamento crescente na arena global e existe descontentamento popular com as penúrias econômicas, analistas dizem que o comparecimento equivalerá a um referendo sobre a maneira como a liderança está enfrentado a crise política e econômica da República Islâmica.
O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, disse que votar é um "dever religioso", mas alguns políticos pró-reforma destacados do país e ativistas estrangeiros pediram um boicote à eleição.
"Precisamos lançar uma campanha de boicote forte para responder às políticas repressivas do sistema", disse a ativista de direitos humanos presa Narges Mohammadi de sua cela na cidade de Zanjan em uma mensagem publicada na página de Facebook de seu marido nesta semana.
Ativistas e grupos de oposição do Irã estão distribuindo amplamente as hashtags de Twitter #BoicoteEleiçõesFraudulentasDoIrã e#VOTENãoVoto nas redes sociais.
A votação que escolherá 290 parlamentares não terá grande influência na política externa ou nas diretrizes nucleares iranianas, que são determinadas por Khamenei, cujos aliados linha-dura provavelmente dominarão o Parlamento.
O Conselho dos Guardiões, que deve aprovar os candidatos, rejeitou cerca de 6.850 candidatos conservadores destacados ou moderados, dentre os 14.000 candidatos que tentaram disputar a eleição de sexta-feira.