Por Parisa Hafezi
ANCARA (Reuters) - Dezenas de milhares de apoiadores do governo se reuniram em todo o Irã nesta sexta-feira, jurando lealdade ao establishment religioso e acusando os arqui-inimigos Estados Unidos de instigarem os maiores protestos contra o governo em quase uma década, noticiou a televisão estatal.
O líder das orações de sexta-feira em Teerã pediu às autoridades que tratem "com firmeza" os responsáveis por incitar mais de uma semana de manifestações ilegais, na quais 22 pessoas morreram e mais de mil foram presas, de acordo com autoridades iranianas.
"Mas aqueles iranianos comuns que foram enganados por estes arruaceiros apoiados pelos americanos deveriam ser tratados com base na clemência islâmica", disse o clérigo Ahmad Khatami a fiéis na universidade de Teerã, relatou a TV.
Khatami também pediu que o governo "preste mais atenção aos problemas econômicos das pessoas".
Os protestos contra o governo irromperam em 28 de dezembro em Mashhad, cidade xiita sagrada do Irã, depois que o regime anunciou planos de aumentar o preço dos combustíveis e revogar ajuda mensal dada a cidadãos de baixa renda.
Os protestos se espalharam por mais de 80 cidades grandes e rurais, organizados por milhares de iranianos jovens e trabalhadores revoltados com a corrupção oficial, o desemprego e a desigualdade crescente entre ricos e pobres.
As autoridades não apresentaram provas que sustentem as asserções de envolvimento dos EUA nos protestos, que não têm um líder em comum.