Por Francois Murphy e Parisa Hafezi e John Irish
VIENA (Reuters) - O chefe da vigilância nuclear da ONU, Rafael Grossi, viajará a Teerã neste fim de semana para negociações que podem aliviar o impasse entre o Irã e o Ocidente, que ameaça prejudicar as discussões para reviver o acordo nuclear com o Irã.
Três diplomatas que seguem a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de perto disseram à Reuters que a viagem de Grossi antes da reunião da próxima semana do Conselho de Governadores das 35 nações da AIEA foi confirmada. Dois disseram que ele se encontraria com o novo chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Mohammad Eslami, no domingo.
Posteriormente, a AIEA e o enviado do Irã à agência confirmaram a viagem e o encontro.
"O diretor-geral Rafael Mariano Grossi se encontrará com o vice-presidente da República Islâmica do Irã e chefe da OEAI, Mohammad Eslami, em Teerã, no domingo", disse a AIEA, acrescentando que Grossi deve dar uma entrevista coletiva no aeroporto de Viena no domingo.
A AIEA informou aos estados membros esta semana que não houve progresso em duas questões centrais: explicar vestígios de urânio encontrados em vários locais antigos não declarados e obter acesso urgente a alguns equipamentos de monitoramento para que a agência possa continuar a monitorar partes do programa nuclear iraniano conforme previsto no acordo de 2015.
Conversas indiretas e separadas entre os Estados Unidos e o Irã sobre retomar o acordo foram interrompidas desde junho. Washington e seus aliados europeus vêm pedindo ao governo linha-dura do presidente Ebrahim Raisi, que assumiu o cargo em agosto, que volte às negociações.
Segundo o acordo de 2015 entre o Irã e as grandes potências, Teerã aceitou restrições às suas atividades nucleares em troca da retirada de sanções.
(Reportagem de Francois Murphy em Viena, Parisa Hafezi em Dubai e John Irish em Paris)