DUBAI (Reuters) - Milhares de simpatizantes do governo participavam de manifestações no Irã pelo quarto dia neste sábado, em reação contra os protestos generalizados que o establishment clerical atribuiu a inimigos do país.
A demonstração de apoio de sábado ocorreu um dia após o Ministro das Relações Exteriores do Irã afirmar que uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, requerida pelos Estados Unidos para discutir os protestos, provou ser um "erro crasso" da administração do presidente norte-americano Donald Trump.
A televisão estatal mostrou manifestações em cidades incluindo Amol, Semnan e Shadegan com bandeiras iranianas e participantes gritando "Morte à América", "Morte a Israel" e "Morte ao Reino Unido".
Mais de uma semana de protestos causaram a morte de 22 pessoas e a prisão de mais de mil, segundo autoridades iranianas, nos maiores protestos contra o governo em quase uma década.
A instabilidade se generalizou para mais de 80 cidades e vilarejos rurais enquanto milhares de jovens e trabalhadores expressavam seu descontentamento com a corrupção, o desemprego e o aumento da distância entre ricos e pobres.
Residentes contatados pela Reuters em várias cidades na sexta-feira afirmaram que os protestos refluíram após o governo intensificar a repressão aos manifestantes ao despachar forças das Guardas Revolucionárias para diversas províncias.
O governador provincial de Mashhad, onde os protestos começaram, disse no sábado, segundo a agência de noticias Isna, que 85 por cento dos detidos haviam sido liberados após assinarem uma promessa de não voltar a infringir a lei.
(Reportagem da Redação de Dubai)