Por Maher Chmaytelli e Isabel Coles e Ahmed Rasheed
BAGDÁ/MOSUL (Reuters) - O Iraque planeja fazer lobby contra novas restrições às viagens dos iraquianos aos Estados Unidos, argumentando que os dois países precisam preservar sua aliança contra o Estado Islâmico (EI), afirmaram neste domingo dois membros do Parlamento iraquiano próximo do governo.
Dependente do Exército dos EUA na luta contra o EI, até agora o governo iraquiano se recusou a comentar o decreto assinado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na sexta-feira, que suspende a entrada de viajantes do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen por pelo menos 90 dias.
O decreto provocou irritação no Iraque, onde estão mais de 5 mil soldados dos EUA para ajudar as forças iraquianas e curdas na guerra contra os insurgentes do EI.
Para alguns membros do Parlamento, o Iraque deveria retaliar os EUA com medidas semelhantes.
"O Iraque está na linha de frente da guerra contra o terrorismo (...) e é injusto que os iraquianos sejam tratados dessa maneira", disse o comitê de relações exteriores do Parlamento.
"Pedimos ao governo iraquiano que adote retaliações contra a decisão da administração norte-americana", diz um comunicado do comitê divulgado após uma reunião, neste domingo, em Bagdá.
Bagdá planeja fazer lobby junto a Washington para reavaliar a decisão, de acordo com dois parlamentares que pediram para não ser identificados.
Um deles disse à Reuters que o governo irá "explicar que o Iraque como um país soberano será forçado a aplicar tratamento similar, e que isso irá afetar negativamente a cooperação, incluindo a cooperação militar", no conflito com o EI.