BAGDÁ (Reuters) - Um tribunal iraquiano sentenciou dois franceses à morte nesta segunda-feira devido a ligações com o Estado Islâmico, disse um procurador à Reuters, elevando para 11 a totalidade de cidadãos franceses no corredor da morte do Iraque.
As sentenças são passíveis de apelação. O governo do presidente Emmanuel Macron informou que a França se opõe à pena de morte, mas respeita a soberania iraquiana.
O Iraque está conduzindo julgamentos de milhares de supostos combatentes do Estado Islâmico, incluindo centenas de estrangeiros, muitos dos quais foram presos ao passo que a organização perdia força. O grupo declarou um "califado" islâmico sunita ultra-radical que abrange partes do Iraque e da Síria em 2014.
Os 11 condenados estavam entre 280 detentos iranianos e estrangeiros entregues pelas Forças Democráticas Sírias (SDF), apoiadas pelos Estados Unidos, às autoridades do Iraque em fevereiro. Fontes militares disseram que, à época, o grupo incluía 14 cidadãos franceses, mas há indícios de que alguns residentes internacionais foram confundidos como cidadãos.
Um homem da Tunísia foi julgado e sentenciado à morte junto a alguns dos franceses na semana passada e outro tunisiano vai ao tribunal na próxima semana.
Com sede em Nova York, o Human Rights Watch (HRW) informou na sexta-feira que um dos franceses sentenciado na semana passada disse ao tribunal que fora forçado a confessar; outro homem disse a um juiz que fora torturado.
O HRW indicou que 11 homens franceses foram transferidos ao Iraque em fevereiro.
(Reportagem de Ahmed Rasheed)