Por Parisa Hafezi e Louis Charbonneau
ANCARA/NOVA YORK (Reuters) - O Irã está buscando o que considera ser uma nova proposta de compromisso nas conversações nucleares, mas negociadores ocidentais dizem que o país não oferece concessões viáveis, salientando o quão distantes os dois lados estão ao entrarem no mês final antes do prazo limite das conversações, que teriam de se encerrar em 24 de novembro.
Em negociações com seis grande potências mundiais, os iranianos dizem que não exigem mais o fim total das sanções em troca da redução de seu programa nuclear e que aceitariam inicialmente o fim apenas das sanções mais prejudiciais.
Altos funcionários ocidentais veem com desconfiança a proposta, que não consideram nada nova, e dizem que os iranianos sempre souberam que as sanções só poderiam ser encerradas gradualmente - com cada nova medida sendo suspensa e mais tarde finalizada apenas após o Irã ter provado o cumprimento de sua parte no acordo.
Os funcionários dizem que, nas conversas em Viena, eles também ofereceram o que chamam de compromissos sobre as exigências para que o Irã limite seu programa nuclear, as quais foram rejeitadas por Teerã.
"A moral da história é que eles não parecem dispostos a limitar seu programa de enriquecimento para um nível que consideremos aceitável", disse um diplomata europeu. "Podemos não ter escolha a não ser estender as conversas para além de novembro… é isso ou o colapso das conversas."
Sobre a mais recente oferta, representantes iranianos disseram à Reuters que a liderança do Irã ficaria satisfeita com a remoção de danosas sanções dos EUA e da União Europeia sobre os setores bancário e de energia impostas em 2012.
Eles descreveram isso como uma grande concessão em relação aos consistentes pedidos iranianos de remoção de todas as sanções impostas sobre a República Islâmica por causa de sua recusa em atender às demandas do Conselho de Segurança da ONU de que interrompa suas atividades de enriquecimento de urânio.
O governo iraniano considera as sanções injustas e ilegais.
A proposta de negociadores iranianos nas conversas com EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China tem o apoio do líder do supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disseram autoridades iranianas.
"Para a outra parte envolvida, pode ser apenas uma questão política, mas para o Irã o que está em perigo é a existência do establishment caso as dificuldades econômicas continuem", disse um alto funcionário iraniano.
Além de sanções aprovadas em 2010 no Conselho de Segurança da ONU, os EUA e a UE em 2012 impuseram grandes penalidades contra companhias de petróleo e gás iranianas, e ampliaram as restrições sobre o banco central do país.