TÚNIS (Reuters) - O partido islamista da Tunísia Ennahda, que possui o segundo maior número de assentos no parlamento, afirmou neste domingo que iria rejeitar o governo proposto na semana passada pelo primeiro-ministro designado, Habib Essid, complicando a ratificação de seu gabinete.
O parlamento irá votar esta semana para confirmar o novo governo, que deverá enfrentar reformas econômicas e militantes islâmicos para consolidar a jovem democracia da Tunísia, após a revolta de 2011 contra o autocrata Zine El Abidine Ben Ali.
"Decidimos não aprovar este governo porque ele não representa todas as classes políticas e ele rompe com a maneira consensual com a qual vínhamos trabalhando recentemente", disse à Reuters Sahbi Atig, líder do Ennahda, após uma reunião do partido.
Essid propôs um gabinete formado principalmente por membros do secular partido Nidaa Tounes e de partidos menores, mas nenhum posto foi dado aos outros dois principais blocos do parlamento, os Ennahda e o esquerdista Popular Front.
Um dos mais antigos países do mundo árabe, a Tunísia tem sido elogiada por transição pacífica para a democracia em uma região, contudo, volátil, com eleições livres e uma nova constituição de quatro anos após a queda de Ben Ali.
(Reportagem de Tarek Amara)