Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Israel acusou nesta quarta-feira a guerrilha libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irã, de tentar intensificar uma onda de violência que já dura meses nas ruas da Palestina com o recrutamento de militantes na Cisjordânia ocupada por Israel, visando realizar atentados suicidas.
Embora raramente tenham trocado tiros desde a guerra de 2006 no Líbano, o Hezbollah e Israel travam um conflito encoberto, com os guerrilheiros culpando os ataques aéreos israelenses pela morte de dois de seus comandantes na Síria, no ano passado.
A polícia israelense disse, em comunicado, que o Hezbollah espera "pegar carona na onda" dos esfaqueamentos, atropelamentos e tiroteios contra israelenses realizados, muitas vezes, por jovens palestinos sem líderes desde outubro. Além disso, o grupo teria criado uma célula remota com cinco homens na cidade de Tulkarm, na Cisjordânia, disse a polícia israelense.
O líder de célula, Mahmoud Zaghloul, foi contatado e instruído via e-mail por Jawwad Nasrallah, filho do chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, de acordo com a polícia após detenção e indiciamento dos cinco homens em um tribunal militar israelense.
A célula recebeu 5 mil dólares para iniciar as atividades e foi instruída a recrutar homens-bomba, além de preparar cintos explosivos, monitorar as atividades militares israelenses e comprar armas, disse o comunicado da polícia.
As autoridades do Hezbollah, que geralmente não respondem a esse tipo de acusação, não estavam disponíveis para comentar o caso.
Desde 1º de outubro, quando iniciou um recrudescimento da violência palestina, 25 israelenses e um cidadão norte-americano foram mortos. Pelo menos 148 palestinos foram mortos, 94 dos quais Israel descreveu como agressores. A maioria dos demais morreram durante violentos protestos.
(Reportagem adicional de Lisa Barrington em Beirute)