Por Dan Williams (NYSE:WMB)
JERUSALÉM (Reuters) - Israel construirá 6 mil casas novas para colonos judeus na Cisjordânia ocupada --uma medida que líderes palestinos repudiaram por demonstrar a "mentalidade colonial" israelense--, mas também adotou a decisão rara de aprovar autorizações para 700 casas para palestinos.
Washington saudou o anúncio desta quarta-feira, feito antes de uma visita do genro do presidente Donald Trump e seu enviado ao Oriente Médio, Jared Kushner, para explorar as perspectivas para seu próprio plano de paz israelo-palestino. Os detalhes do plano, no entanto, permanecem vagos.
A liderança palestina tem rejeitado a diplomacia norte-americana, dizendo que o governo Trump se inclina a favor de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, um conservador que está cortejando o apoio judeu ultranacionalista antes de uma eleição em 17 de setembro, insinuou que Israel poderia anexar seus assentamentos na Cisjordânia --um desafio às potências mundiais que consideram os enclaves ilegais.
A maioria dos assentamentos se concentra na Área C da Cisjordânia, que pelos acordos de paz temporários de Oslo de 1993 são totalmente controlados por Israel.
Os palestinos querem o fim da ocupação israelense sobre o território, capturado na Guerra dos Seis Dias de 1967, para criar seu próprio Estado na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém Oriental.
Autoridades de Israel disseram nesta quarta-feira que o gabinete de Netanyahu aprovou autorizações para 6 mil casas novas para colonos e 700 novas habitações para palestinos na Área C, o que descreveram como uma tentativa de conter as construções irregulares.
Segundo Israel, cerca de 450 mil colonos e entre 250 mil e 290 mil palestinos moram na Área C. Um total de cerca de 3 milhões de palestinos moram em toda a Cisjordânia.
Dizendo rejeitar qualquer construção israelense ou controles sobre construções palestinas na Cisjordânia, a liderança palestina rejeitou o anúncio sobre as novas casas.
O Ministério das Relações Exteriores em Ramallah o classificou como "prova da mentalidade colonial obscura dos governantes de Israel, e que ignora todas as resoluções das Nações Unidas, a lei internacional e os acordos assinados".
Mas o embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, disse que as autorizações para os palestinos são as primeiras há algum tempo.
"Gastamos muito tempo conversando com os israelenses sobre melhorar as condições na Cisjordânia e em Gaza", disse ele à CNN.
(Reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi)