JERUSALÉM (Reuters) - Israel comemorou o acordo feito entre o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o Congresso do país para a aprovação de um acordo com o Irã, disse o ministro da Inteligência israelense, Yuval Steinitz, nesta quarta-feira.
No que foi visto como um revés para Obama, na terça-feira o presidente concordou que o Congresso deve ter poder para revisar o acordo nuclear com o Irã, cedendo com relutância à pressão dos republicanos e de alguns de seus próprios correligionários no tema espinhoso.
"Certamente ficamos felizes hoje de manhã. É uma conquista para a política israelense", afirmou Steinitz à Rádio Israel, citando um discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao Congresso dos EUA no dia 3 de março, no qual se manifestou contra o esboço de pacto que emergia com Teerã para refrear o programa nuclear iraniano.
Steinitz disse que o projeto de lei resultante da concessão será "um elemento muito importante para se evitar um acordo ruim", ou pelo menos para aprimorar desenho de pacto que as potências envolvidas firmaram com o Irã em 2 de abril.
O projeto de lei obriga o governo de Obama a enviar o texto de qualquer acordo definitivo com Teerã ao Congresso assim que ele for finalizado, e retira o poder de Obama levantar muitas sanções norte-americanas ao Irã enquanto o Congresso revisa o pacto. O projeto ainda permite uma votação final sobre a suspensão das sanções impostas pelo Congresso em troca do desmantelamento das atividades nucleares iranianas.
O projeto também exige que a Casa Branca envie ao Legislativo relatórios frequentes e detalhados sobre uma série de temas, incluindo o apoio do Irã ao terrorismo, mísseis balísticos e o programa nuclear.
"É mais uma pressão e mais uma barreira face a um acordo ruim, assim o governo e a equipe de negociação farão um esforço maior para resolver pendências e obter um acordo que pareça melhor, ou pelo menos mais sensato, de forma a ser aprovado no Congresso", afirmou Steinitz.
Durante a sua presidência, Obama investiu enorme capital político para conseguir um pacto internacional que sirva como garantia de que o Irã não irá desenvolver uma arma nuclear, recorrendo a sanções severas que prejudicaram a economia iraniana e forçaram o regime a negociar.
Israel, que se acredita ser a única nação do Oriente Médio detentora de um arsenal nuclear, discordou veementemente de Obama no tocante ao acordo em discussão, temendo que não seja rígido o suficiente e que permita a Teerã fabricar suas próprias armas atômicas. O Irã argumenta que seu programa nuclear é pacífico, mas jamais recebeu bem inspeções mais intrusivas e chegou a manter algumas instalações nucleares em segredo.
(Por Ori Lewis)
((Tradução Redação São Paulo, +5511 56447719))