Por Alaa Swilam e Rami Ayyub
TEL AVIV (Reuters) - Militares israelenses atacaram o que disseram ser postos pertencentes ao movimento xiita libanês Hezbollah nas primeiras horas desta quarta-feira, depois que tiros foram disparados do outro lado da fronteira contra suas tropas, segundo as Forças Armadas de Israel.
Depois de uma reunião, o Conselho Supremo de Defesa do Líbano denunciou o incidente, que chamou de "um ataque israelense", e disse que uma queixa seria apresentada à Organização das Nações Unidas (ONU).
A tensão está alta na fronteira. No mês passado, Israel alegou que o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, realizou uma tentativa de infiltração, negada pelo grupo.
O Exército israelense afirmou que nenhum soldado ficou ferido no tiroteio desta quarta-feira. Soldados ativaram sinalizadores de iluminação, bombas de fumaça e fogo após os tiros do lado libanês da fronteira, disseram os militares.
"Em resposta, durante a noite, helicópteros e aeronaves de ataque das FDI atingiram postos de observação pertencentes à organização terrorista Hezbollah na área de fronteira", disseram os militares em um comunicado, referindo-se às Forças de Defesa de Israel.
Não houve nenhum comentário imediato do Hezbollah. O conflito mais recente entre ambos lados ocorreu em 2006, quando travaram uma guerra fatal que durou um mês.
Testemunhas no sul do Líbano disseram que Israel disparou vários sinalizadores contra aldeias fronteiriças.
A declaração do Conselho de Defesa do Líbano, que inclui o presidente e autoridades de segurança, não mencionou nenhum tiro disparado do sul em direção a Israel.
O documento afirma que o comandante do Exército libanês informou o conselho sobre "o ataque israelense denunciado que ocorreu na noite passada na fronteira sul."
Militares israelenses disseram que suspenderam o toque de recolher imposto durante a noite.
"Israel vê com grande gravidade os disparos do Hezbollah contra nossas forças", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um comunicado na manhã desta quarta-feira. "Responderemos poderosamente a qualquer ataque contra nós."
(Por Alaa Swilam e Nayera Abdallah, no Cairo, e Rami Ayyub em Tel Aviv; Reportagem adicional de Ellen Francis em Beirute)